domingo, 17 de abril de 2011

Os 10 livros que marcaram a minha vida

Muitos, ao passar o olho por essa lista, vão dizer: “Credo! Que menina fútil, infantil, tosca! Como é ela pode deixar de fora clássicos do Machado, Graciliano, Guimarães, Drummond... isso considerando só a ala dos nacionais!! É um absurdo!”.

Bom, quanto à crítica de que sou “fútil, infantil e tosca” eu nem vou perder o tempo justificando. Até porque, se eu disser o contrário vou mentir pra mim mesma, e isso não é legal – dizem nas novelas. Mas quanto à seleção dos livros, eu explico: escolhi livros que, de alguma forma, marcaram uma época em minha vida, que mudaram minha visão de ver o mundo ou que simplesmente foram marcantes por algum motivo que não sei explicar qual é (talvez seja mesmo pela história). A lista não está em ordem de importância – o que tornaria a seleção ainda mais difícil – e sim em ordem cronológica de leitura. Segue:

1 – O Pequeno Príncipe, de Antonie de Saint-Exupéry



“Ah ta. Agora ela quer bancar a cult e dizer que leu Pequeno Príncipe. Ora, francamente!”. Calma, gente. Não é nada disso. Claro que eu sei que O Pequeno Príncipe é leitura obrigatória para toda e qualquer pessoa. Mas comigo as coisas aconteceram um pouco... diferente.

Eu sempre gostei de mexer nas coisas da minha mãe: roupas, sapatos, maquiagem e... livros. Acho que eu tinha uns oito anos quando vi na prateleira o livro do Pequeno Príncipe. Vejam: eu era menina, criança e vi um livro de história que trazia no título a palavra “príncipe”. Óbvio que eu logo peguei pra ler, acreditando que iria encontrar uma linda história de conto de fadas com um menino príncipe e uma menina princesa. (É a Disney influenciando a vida de dez em cada dez meninas!). Li todo o livro, mas não entendi nada – ou quase nada. Não tinha nada do que eu achava que tinha, e fiquei um pouco aborrecida por isso. Deixei de lado, abandonei. Aí, quando eu tinha uns 13 anos, resolvi reler e... fizemos as pazes. Ufa!

2 – Quem tem medo do escuro?, de Fanny Joly




Se eu bem me lembro, esse foi o primeiro livro que li sozinha, sem mamãe/irmã/irmão/pai do lado pra me ajudar. Antes dele eu só havia lido, sozinha, gibis da Turma da Mônica (que leio, com muito gosto, até hoje). Não lembro quanto anos eu tinha. Talvez uns seis ou sete, não sei.

O livro “Quem tem medo do escuro?” faz parte de uma coleção de livros infantis que tem por objetivo fazer desaparecer os medos mais comuns nas mentes das crianças. Para os que têm filhos (ou pelo menos querem ter), eu digo: FUNCIONA! Com uma linguagem simples, acessível a todos, o livro conta a história, curta, de uma menina bochechuda que tinha medo do escuro – e de como ela criava esse medo dentro da cabecinha dela. Ao final, a menina descobre que tudo não passava da imaginação dela e de que nada é o que parece ser. Até hoje eu tenho um pouco de medo do escuro. Mas o livro me ajudou muito a controlar e diminuir esse medo.


3 – Quem tem medo de dentista?, de Fanny Joly




Também é basicamente a mesma coisa. Faz parte da mesma coleção – infelizmente eu só consegui ter esses dois. Ajuda a criança a perder o medo de ir ao dentista. Comigo funcionou perfeitamente.

Esses dois livros foram, talvez, duas das melhores aquisições que meus pais já fizeram em nome dos filhos. E eu não vou emprestar nem doar a ninguém porque eles têm um valor sentimental muito grande e também porque quero que meus filhos possam ler um dia. No máximo permito que tirem xerox, e só.

4 – Coleção BARSA




Em uma época sem internet (pelo menos na minha casa não tinha sequer computador), a Coleção Barsa, adquirida pelo meu pai (ótima aquisição, pai!), era a maior salvadora dos três estudantes de Ensino Fundamental daqui de casa. Em todo e qualquer trabalho, toda e qualquer prova, a Barsa era nossa principal fonte de pesquisa. Lá tem de tudo! Confesso que lia mais porque gostava das fotos e figuras. A edição que fala sobre o corpo humano é incrível! Fotos bem detalhadas, em transparências. Lindo! A Coleção continua até hoje aqui em casa. Ninguém conseguiu se desfazer dela. Melhor assim!

5 – Mariana, de Pedro Bandeira




Adquiri esse livro em uma feira de livros usados, realizada pelo Colégio Ideal. Adquiri por uma questão óbvia: o título. Eu, no início da adolescência, comprei um livro que contava a história de uma Mariana que estava no início da adolescência. Perfeito!

O livro fala sobre menstruação, sutiãs, romances na escola, brigas entre amigas, festinhas... Acho que foi o primeiro livro que eu li que falava sobre beijo na boca e possíveis tentativas de fazer sexo, ou algo perto disso. Li “Mariana” três vezes, o que me ajudou a enfrentar melhor a aborrecência. Também pretendo guardar esse livro para quem vier a precisar. É bem bonitinho!

6 – Lolita, de Vladimir Nabokov




Uma bela bosta! É isso o que posso dizer, para ser bem resumida. Foi o primeiro livro que eu não consegui ler até o final, de tão ruim que era. Chato, muito chato! Cansativo e nojento, como disse uma vez a minha mãe. A história de um quarentão que se apaixona por uma menina de doze anos não merece a minha atenção, muito menos meu elogio. Pra quem ainda não leu, afirmo: não-perdeu-nada!

7 – A Princesa, de Jean P. Sasson




Esse é incrível! Um dos melhores e mais chocantes que já li. É a história de uma princesa da Arábia Saudita que, anonimamente, contou sua trajetória a Jean, tendo o livro como resultado. A riqueza de detalhes é impressionante! Dá pra conhecer bem de perto como vivem as mulheres mulçumanas em um país tão machista quanto à Arábia Saudita. Uma das piores partes – na verdade, uma das mais chocantes – é quando a princesa conta como foi o processo de circuncisão – ao qual as mulheres são obrigadas a passar. Chorei e senti as dores em mim. Horrível! Mas vale a pena ler, com certeza vale!

8 – Dom Casmurro, de Machado de Assis




Depois de ter sido obrigada a ler O Alienista, quando eu tinha 16 anos, porque era leitura obrigatória de vestibular, fiquei, confesso, um pouco traumatizada com Machado de Assis. Achei, e acho até hoje, O Alienista chato, apesar de interessante. Eu sabia que eu não poderia ficar de mal com Machado de Assis, então, pouco tempo depois, comprei o livro Dom Casmurro para tentar desfazer o trauma. Funcionou! A história de Capitu, Bentinho e Escobar é realmente incrível. Machado é um gênio, sem dúvida! Cheguei a ter um blog com o título de Capitu, porque me identificava, e ainda me identifico, com os olhos de ressaca, de cigana dissimulada, que Machado descreve. Apesar de saber que Capitu não é flor que se cheire, eu sou super fã dela.

O problema é que, na maioria das vezes, quando alguém fala sobre a Capitu, pensam logo que é sobre a personagem de Giovana Antoneli, na novela Laços de Família. Aí ferra tudo, não tem condições! E por falar em Capitu, se alguém souber onde posso encontrar o DVD com a séria (linda!) que exibida pela Globo, por favor avisa! A Som Livre chegou a anunciar a venda uma vez, mas lembro que era bem caro. Mas talvez hoje eu possa comprar, não sei...

9 – Ela é Carioca, de Ruy Castro




Escrito como uma espécie de enciclopédia, o livro conta traz perfis e conta histórias das principais personalidades que viveram em Ipanema, Rio de Janeiro. Histórias que marcaram uma época, influenciaram gerações. A maior parte é bem engraçada. Ruy Castro traz ainda frases ditas por essas personalidades. É cada uma melhor que a outra! Foi por meio desse livro que conheci a história de Leila Diniz. Me apaixonei! Uma das pioneiras da revolução sexual dos anos 60/70, Leila ensinou muito às mulheres da geração dela e de gerações seguintes.

10 – O Diário de Anne Frank




Mamãe me deu esse livro de presente. Foi um dos que mais marcaram a adolescência dela. Herança que ela fez questão de me repassar, e eu gostei. Escrito na época da Segunda Guerra, o livro conta detalhadamente os problemas enfrentados pela pequena menina judia, Anne Frank. Mais chocante que o livro, só o filme mesmo. Aliás, uma das poucas vezes que um filme conseguiu transmitir bem o espírito do livro em que foi baseado.

Despois vieram me dizer que a Anne não existiu e que o livro é uma história de ficção. Preferi não acreditar nisso, até porque faz perder toda a magia do livro. Na minha cabeça, tudo foi verdade, uma cruel verdade. Pra quem ainda não leu, vale a pena.

Precisei deixar de fora muitos e muitos livros importantes pra mim. Mas uma lista de 10 livros é uma lista de 10 livros. Então...

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