sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Ciclo Sem Fim de O Rei Leão

Durante a madrugada que antecedeu a estreia, tive uma crise de insônia, com a minha memória reproduzindo flashs das cenas mais memoráveis do clássico. Fui acometida de uma enorme dor de cabeça que durou até dia o seguinte, até momentos antes da transmissão dos trailers. O motivo? Muitos! Ansiedade, adrenalina, euforia, emoção, nostalgia... Tudo junto e misturado, e eu não podia controlar.

A sessão das 15h20 – a segunda do dia de estreia - estava praticamente vazia. Eu fui com mais cinco outras pessoas da minha família. Além de nós, só havia mais dois casais e uma mocinha para ocupar aquela imensa sala 6, do Cinépolis, que exibia os filmes em 3D. Ou seja, ficamos ainda mais à vontade para cantar, chorar, rir, sempre que necessário, até não conseguir mais. A realização do sonho estava, enfim, perfeita.

Quando o sol surgiu ao horizonte do reino de Mufasa, ao som da introdução de Circle of Life, segurei firme a mão do meu namorado, apertei os olhos de emoção e um sorriso involuntário e congelado surgiu no meu rosto, parecendo que ficaria ali até os créditos surgirem ao final do filme. E ficou. Em 1994, quando Rei Leão estreou no cinema, eu tinha apenas cinco anos de idade e meus pais não costumavam me levar ao cinema. Eu mal sabia o que era isso. Não lembro quando e como foi a primeira vez que vi Rei Leão. Só sei dizer que foi em fita VHS, na casa de alguma coleguinha minha de escola (Ou foi na casa da minha prima? Ah, não sei). O que importa é que, aos 22 anos, no dia 26 de agosto de 2011 (data que gravei há meses na minha memória), eu pude viver a experiência de assistir em uma imensa tela de cinema ao maior clássico da Disney. E foi lindo, muito lindo!

O bom de assistir a clássicos infantis quando já estamos crescidos é que podemos rir mais e melhor das piadas explícitas e implícitas. Podemos entender também melhor as críticas feitas e o cinismo dos personagens. O Scar, por exemplo, pareceu-me bem menos assustador que na infância. Pude rir bem mais que sentir medo. O Timão (ah, o Timão!) dispensa comentários. Acho que a melhor parte de toda a sessão foi poder ouvir a gargalhada do meu sobrinho de sete anos, ecoando por toda a sala, após a cena em que o Timão dança “Ula” ao lado do Pumba, na frente das hienas. Mesmo com toda a tecnologia dos novos filmes de desenho (como os feitos em parceria com a Pixar), O Rei Leão continua a encantar as novas gerações, dezessete anos depois de seu primeiro lançamento. Um mérito para poucos, bem poucos!

Mas o momento mais emocionante do filme, aquele que foi capaz de arrepiar a espinha e arrancar uma quantidade maior de lágrimas dos meus olhos, foi a cena em que Simba torna-se, enfim, o rei, subindo a passos largos pela pedra do reino, debaixo de chuva forte e ao som daquela trilha incrivelmente boa que é sempre usada em cenas tristes ou sombrias do filme. É óbvio que chorei pela milésima vez durante a cena da morte de Mufasa, que, durante a minha infância, era a cena mais emocionante de todas. Mas, desta vez, a cena da retomada do reino por Simba superou minhas expectativas e ocupou o posto de mais emocionante. Engraçado como o tempo, a idade e a vivência são capazes de mudar coisas, que antes pareciam já estabelecidas por lei, e torná-las ainda melhores.

Enfim, aos verdadeiros fãs do clássico digo que a experiência é mais que válida, é essencial. O “3D” é o de menos. Aliás, a conversão é bem ruim, nem dá pra perceber que o filme está em três dimensões. Mas, pra mim, sinceramente, o fato de poder reviver as aventuras e desventuras de Simba e sua trupe em uma tela gigante de cinema, elimina qualquer importância que o “3D” pudesse ter. Clássicos são clássicos, e não precisam de novas tecnologias para ser apreciados, para nos emocionar.

E para os que ainda não foram assistir - ou estão em dúvida se querem ou não gastar esses reais - segue o link que serve de estímulo.