segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O meu 'muito obrigada!'

Um trabalho feito a muitas mãos. E não só agora durante esses últimos meses, mas durante toda uma trajetória de vida que foi trilhada até aqui. Porque o tema escolhido para concluir esse longo caminho que foi a minha graduação diz muito sobre mim, sobre os que me rodeiam, sobre as relações que construí, sobre as influências que recebi. É claro que não poderei aqui citar o nome de todos os que me ajudaram a chegar onde cheguei, que me ajudaram a realizar esse sonho que já me pareceu quase impossível e que agora finalmente se tornou realidade. Mas alguns não podem deixar de serem lembrados, sob a pena de cometer uma imensa injustiça.
A começar pela minha professora e orientadora Maria Ataíde por ter me inspirado com suas aulas e por ter colaborado de forma decisiva na percepção de que seguir minha trajetória acadêmica estudando teledramaturgia seria, e tem sido, a melhor opção, a que mais tinha a ver com minha própria história de vida e gostos pessoais. Obrigada por todos os ensinamentos, por toda a paciência e por ter acreditado em mim. Agradeço ainda aos outros (bons) professores que passaram por minha trajetória acadêmica inspirando, estimulando e fazendo entender os benefícios de estudar, como é o caso de Renilda (Uepa), Jessiléia (Uepa), Vânia (Unama), Relivaldo (Unama), Rosane (UFPA), Netília (UFPA), Fábio (UFPA), Reg (UFPA) e Alda (UFPA).
Aos meus amigos de infância e da adolescência que acompanharam e fizeram parte do início da construção dos meus principais sonhos. Alguns repensados, modificados ou até mesmo abandonados no caminho, porque não tinham razão de ser. Outros que persistiram e se fortificaram ao longo dos anos. Aos queridos Mariana, Ricardo, Louise (e Renan), Nathalia e Amanda, obrigada por ainda se fazerem tão presentes na minha vida adulta.
Como todos, ou quase todos, sabem, minha trajetória acadêmica foi um tanto quanto longa e tortuosa para que eu conseguisse chegar onde queria. Ao longo desses sete anos dedicados ao Ensino Superior, fiz poucos, muito poucos, mas extremamente valiosos amigos. Da Uepa, a Lívia com sua voz tão doce de ouvir. Da Unama, Paloma, Lívea e Aninha e Enderson, que me ajudaram na construção deste trabalho. Da UFPA, hoje minha segunda casa, Natália (representando o Verotake), Bianca e Elisa (representando a Muvuca), moças tão lindas e que me fizeram tão bem nos últimos meses junto a esses grupos de pessoas incríveis e trabalhadoras, dispostas a transpor barreiras para a realização de sonhos coletivos sem nunca perder o sorriso no rosto.
À Anne por ter sido a primeira pessoa a me estender os braços e a me acolher na UFPA e desde então ter sido tão presente, tão afetiva, tão solidária e generosa comigo. E isso mesmo de longe, mesmo de Londres. À turma do grupo “Só no charminho” (Marília, Carol e Felipe Jailson) pelos desesperos e terapias em grupo via facechat que nos deram o combustível necessário para não desistir, tudo isso com muito humor. E um agradecimento mais que especial ao Felipe Jailson por ter sido a minha melhor companhia online e off-line desses últimos meses. Por ter cedido os ombros para eu chorar, por ter cedido os ouvidos para eu reclamar, por ter compartilhado as angústias, as alegrias, as quedas e as conquistas tão importantes para o nosso crescimento pessoal e profissional. Por ter tido paciência comigo, por ter me ajudado sempre que precisei, por não me deixar sozinha nos momentos mais difíceis, por ter me mantido acordada nas madrugadas, por todos os risos, as histórias, as piadas, as fofocas, os vídeos e os gifs diários, por ter me mostrado uma verdadeira e profunda amizade com pequenos gestos, palavras e atitudes que significaram – e significam – muito para mim.
            Obrigada também aos amigos e colegas de profissão que estiveram comigo e me ajudaram muito (muito!) nos meus estágios. Não citarei todos aqui porque são muitos e não quero cometer injustiças. Deixo então como principais representantes desse período tão importante e representativo da minha vida os dois que foram meus chefes por mais tempo – e, também por isso, os que mais me ensinaram: Edyr e Amanda. Obrigada, mesmo, por tudo o que fizeram por mim e pela amizade construída! E agradeço ainda à amizade e parceria incondicionais (e até sobrenaturais) do casal Aline e Adaucto, encontrado em meio ao dia a dia de trabalho e jamais perdido - com a bênção da Sophia e o riso inocente da Valentina, minha daminha.
            O meu sincero obrigado também aos amigos conquistados por conta deste trabalho e que me ajudaram imensamente na construção deste sonho, mesmo de longe: Aletheia e Guto. À Naza e à Neca pelos caranguejos de sábado, pelo compartilhamento de casa e wi-fi para que eu terminasse minha pesquisa e pelo tratamento cinco estrelas, respeito, solidariedade, generosidade e alegria que jamais me foram negadas nem por vocês nem pela família Bragança. Obrigada também aos meus cunhados e ao pequeno Guilherme.
            E por falar em família, a minha tem todo um jeitinho especial de ser. Com poucas ligações por sangue, mas fortes ligações por amor, esse pedaço da minha família escolhida e construída ao longo dos anos me trouxe tantas alegrias e tantos bons frutos que, devo dizer, é a melhor família não-sanguínea de todos os tempos. À Aurora, Tarsila e Tâmara (e Júnior); à Carol, Daniel e Augusto (forte inspiração para a profissão que escolhi ter); aos meus sobrinhos – lindos, fofos e extremamente amados – Fernando e João Pedro; à Marcinha e às hoje espacialmente distantes Yza e Lívia. Muito, muito, muito obrigada por existirem na minha vida. Muito obrigada por serem tão incríveis, tão amáveis e tão presentes. Agradeço também às famílias sanguíneas Almeida e Ferreira pelos encontros, pelas alegrias, pelas boas lembranças e ainda pela saudade do convívio que alimenta e fortalece o amor (beijos, Íris e Lucinha).
            Pelos últimos três (lindos) anos, eu não poderia jamais deixar de agradecer ao Pedro(x). Porque desde que começamos a namorar muitas coisas boas aconteceram, muitos sonhos foram realizados, muitos objetivos foram alcançados e juntos amadurecemos, aprendemos diariamente um com o outro e construímos uma relação de amor baseada na amizade e na parceria, no companheirismo incondicional que nos ajudou a chegar aonde chegamos e ainda vai nos levar para onde queremos. Este trabalho também foi construído por ele que jamais deixou de acreditar que eu conseguiria. 
            À minha Gordinha (representando também, em memória, meu irmão Ângelo) que tanto me enche de orgulho e tanto me faz acreditar na bondade e na generosidade do ser humano; que todos os dias invade a minha rotina com amor e alegria imensos, com um sorriso sincero em meio às grandes bochechas, com os lanches e Danettes, com as ajudas oferecidas e também as pedidas, com as horas do chamego, com a compreensão e com o gigantesco apoio dado à conclusão desta fase da minha vida.
            Obrigada ao meu pai por ter acreditado e investido em mim, por entender as minhas escolhas e apoiá-las, pela educação que me ofereceu, pelas alegrias, pelas tantas e boas lembranças registradas na memória, em fotos, em vídeos. Obrigada pela paciência e pelo carinho, por ter me acompanhado nessa difícil trajetória em busca de um diploma, em busca de recompensar por tudo o que foi feito por mim ao longo desses meus 25 anos. Agradeço por toda a ajuda e por toda a demonstração de amor, afeto e orgulho que muitas vezes pude ver só pelo brilho dos olhos.

            E finalmente, mas não menos importante, à minha mãe por não ter deixado de cumprir o papel de acolher, confortar, educar, apoiar, ajudar, aconselhar e acreditar que sonhos podem ser realizados desde que nos esforcemos para isso. Foi dela que herdei minhas principais qualidades: a determinação, a persistência e a total falta de talento para desistir de um objetivo, de um sonho. Obrigada ainda por toda a alegria e por toda a beleza de uma vida inteira dedicada a ser feliz.


OBRIGADA!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Guerra dos Tronos - Versão Brasileira: Álamo

                                                                    Cersei
                                                                     Kahl
                                                                      Ned
                                                                      Xaro
                                                                      Robb
                                                                      Sansa
                                                                       Jon
                                                                       Sam
                                                                       Tywin
                                                                      Ygritte
Daenerys
                                                                       Jaime
                                                                      Viserys


Colaboração: pedrox

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Coisas que a gente só entende depois que se torna mãe (ou irmã)... de um cachorro!


Quando criança sempre quis ter um cachorro, mas minha mãe não deixava. Dizia que dava trabalho, gastava dinheiro e, no final das contas, só ela ficaria responsável por cuidar do animal. Dizia também que nossa casa – um apartamento com menos de 100m² - não teria espaço para um cachorro. Muito menos para a raça que eu gostaria de ter: um labrador.

Na adolescência, finalmente dei razão à minha mãe e deixei de lado a vontade de ter um cãozinho correndo e latindo pela casa. Passei a curtir os cachorros dos meus vizinhos e amigos, mas sempre com um distanciamento de quem nunca teve um cão em casa. Não entendia, por exemplo, o amor exagerado que meus amigos donos tinham pelos seus respectivos animais. Eles diziam que era bem parecido com o amor que pais têm pelos filhos humanos. Eu pensava “mas quando, não existe isso!”.

Mas, como diria Joseph Climber, a vida é uma caixinha de surpresas. Em julho do ano passado mamãe veio me acordar segurando nas mãos um cãozinho preto tão pequeno quanto indefeso. Eu, acostumada a receber visitas de cachorros vizinhos, logo perguntei:

            - De quem é, mãe?
            - É nosso!
            - O QUE?
            - É nosso e é uma fêmea. O nome dela é Penha, em homenagem às Empreguetes. Peguei ela na feira de adoções da Praça da República.

Pulei da cama, acordei de vez na mesma hora. Não quis acreditar no que eu estava vendo e ouvindo. Mamãe, claro, só poderia estar brincando. Segurei a Penha no colo e, pronto, me apaixonei perdidamente. Se era nossa ou não, não sabia, não tinha certeza. Mas estava disposta a garantir que a Penha não iria mais embora da minha casa. A cara dela de Simbá quando é levantado na Pedra do Rei era linda demais pra não ser mais olhada e admirada.



Mas eis que mamãe, a danada Laura Rosa, estava mesmo falando sério. A cachorra era nossa. E agora? Ficamos dias pensando se daria mesmo para ela ficar com a gente, muitas perguntas e nenhuma resposta. “Como vamos manter num apartamento uma cachorra que é o cruzamento de vira-lata com labrador?”, “Não temos como comprar a ração dela!”, “E se ela destruir o sofá, os móveis, derrubar e quebrar as coisas, o que vamos fazer?”, “E quando ela tiver que ficar sozinha?”. “Ah! Não dá pra ela ficar aqui...”, pensou meu padrasto e minha irmã. “A gente dá um jeito”, pensou minha mãe e eu. “A gente pode ficar umas semanas com ela e, se não der certo, damos a Penha pra alguém”. Que ideia ridícula a minha! “A gente vai se apegar a ela e ela à gente, se for pra ficar, vai ter que ficar de vez”, ponderou meu padrasto.

Em meio a tantas dúvidas, a Penha acabou ficando e conquistou a casa inteira. Quando a gente se deu conta, não tinha mais jeito. Ela já fazia parte da família. A partir daí comecei a recuperar minhas memórias de infância. A primeira, que me vem à cabeça até hoje quando chego em casa, é a da minha amiga Mariana, que mora no mesmo prédio que eu e que conheço desde a infância. Mariana sempre teve cachorro. Na infância, a casa dela era alegrada pela poodle Princesa, que faleceu há alguns anos. Eu gostava muito da Princesa, mas não entendia um bocado de coisas, não entendia a devoção, amor e extrema proteção que a Mariana e o irmão davam a ela. Lembro que julguei como exagerada a reação que a minha amiga teve quando a Princesa morreu: ficou o dia inteiro em casa, não quis ir brincar e chorou muito. Eu fiquei triste também, claro. Mas depois pensava “é só um cachorro!”. Ah! Quanta ingenuidade...

Também lembro da minha prima – e da família dela – que ficaram em desespero depois que o Luck (era esse o nome dele? Acho que sim...) fugiu da casa deles em Salinas. Houve uma enorme comoção, cartazes foram distribuídos (se eu bem me lembro), procuraram pelas redondezas e tudo o mais, mas o cachorro nunca foi encontrado. Eu também gostava muito do Luck, fiquei triste por ele ter fugido, mas de novo pensava “é só um cachorro. Logo, logo compram outro e fica tudo bem”. Mariana, Mariana... quanta asneira!

Foi já fase adulta que fui entender o espaço (físico e sentimental) que um animal de estimação pode ocupar na casa e na vida dos donos. Mais especificamente, foi depois de ler o livro Marley & Eu (é! Eu leio best-sellers de vez em quando, ora!) que eu desenvolvi um apego maior por cães. Achava o Marley engraçado, ria muito das histórias dele. Principalmente as que tinham a base “Marley pulou em fulano”. Pensava “quero ter um cão que nem o Marley, mas sem ser tão atentado e eufórico quanto ele”. Foi com o Marley que eu percebi que finalmente tinha maturidade para ter um cão – apesar de não dispor de tanto tempo assim.

Aí veio a Penha com seus olhos um pouco azuis, com ar de pedinte e cara de santa. Aí veio a Penha querendo brincar o tempo inteiro de mordidinha, querendo pular o tempo inteiro em cima da gente, incomodando as visitas, destruindo chinelas e almofadas, roubando meias, lambendo a comida dos outros, acordando a gente com as patas, montando estratégias para fugir de mim na hora do banho... Aí veio a Penha causando transtornos à família ao mesmo tempo em que foi se tornando o centro e a maior alegria da casa.

Toda a ideia desse post surgiu quando eu fui levar a Penha para passear na rua e vi uma pessoa suspeita parada na calçada. Eu não tinha nada comigo: dinheiro, celular, jóia... nada disso. A única coisa de valor com a qual eu havia saído de casa era a Penha. Fiquei imaginando mil coisas absurdas, mas que me fizeram refletir sobre o amor que construí pela minha “cã”. Fiquei pensando “e se um bandido quisesse me assaltar, descobrisse que eu não tenho dinheiro ou celular e decidisse fazer mal à Penha? E se ele quisesse machucá-la, mata-la ou algo tipo?”. Fiquei logo angustiada ao pensar nisso e me dei conta, pela primeira vez em meses, o quão disposta eu estaria em me sacrificar para salvar a vida da Penha.

Quando a Penha veio morar aqui em casa, lembro de um amigo, o Victor, relatando o quanto a família teve que gastar para salvar a vida do cachorro que mora na casa dele, que a família precisou tirar dinheiro de onde não tinha para não deixar o cão morrer. No fim, o Victor disse pra mim “te prepara! Ter cachorro em casa é dar a vida por ele, se necessário. Vocês vão precisar se sacrificar muito pela Penha, caso ela precisa, e vocês não vão medir esforços pra isso”. Mais uma vez pensei “que exagero!”, mas hoje, depois de sete meses de Penha na minha vida, vejo que não é exagero nenhum.

Às vezes me flagro contando mil histórias sobre a Penha, empolgada, com sorriso no rosto e achando o assunto mais interessante do mundo. Às vezes me flagro até admirando as marcas de arranhões e mordidas que a Penha deixa em mim durante as brincadeiras. Acho todas lindas, gosto de mostrar aos amigos, conto rindo como a Penha fez isso em mim. Até esqueço de dói, arde e incomoda. E daí? Ela brinca assim mesmo, é uma criança estabanada que nem a irmã (no caso, eu!).

Quando viajei em setembro para Fortaleza, a primeira saudade que tive foi da Penha. Quando viajei em dezembro para o Rio de Janeiro, a primeira saudade que tive também foi da Penha (que mamãe não leia isso e, se ler, que me perdoe). Quase choro de saudade quando mamãe e Camila contaram que a Penha tinha menstruado, que agora era uma mocinha. Mamãe me mandou uma foto da Penha vestindo calcinha e eu fiquei pensando “Meu Deus! Eu não to do lado dela num momento como esse, não to acompanhando de perto o crescimento da minha cachorrinha”. Sofri. E fiquei buscando notícias e querendo ver fotos dela diariamente. Quando voltei, comprei uma calcinha linda e fofa no Pet Shop pra Penha poder usar. Uma lindeza só!

A Penha foi incluída até nas angústias sobre o meu futuro. Daqui há uns meses (ou daqui há uns anos) precisarei sair de Belém para estudar e, agora, fico pensando “mas e a Penha? E se acontecer alguma coisa com ela enquanto eu estiver fora?”. É horrível pensar também que eu posso não ter mais como acompanhar todas as fases de vida dela. Não sei mais como é chegar em casa e não ter a Penha pra me receber com uma felicidade tão imensa e tão sincera que jamais vi na vida. Às vezes, já saio do elevador pensando “de onde a Penha vai vir correndo dessa vez pra pular em cima de mim?”. Não sei mais também como é sentar à mesa para comer e não sentir a Penha deitando delicadamente entre os meus pés e me dando pena de me levantar para qualquer coisa que seja.

A verdade, meus caros, é que cachorros transformam a vida da gente por completo. Mudam a rotina e os costumes da casa, as relações e os tratamentos, nos dão responsabilidades ainda maiores, são incluídos nos planejamentos e nas histórias da família. E quem disse que a gente reclama disso? Nunca! Brigamos com a Penha quando ela apronta, nos estressamos muitas vezes, é claro. Mas nunca, nunca nos arrependemos de tê-la dentro de casa, nunca deixamos de demonstrar amor por ela em qualquer momento que seja. Rimos até de quando ela tenta nos expulsar do sofá ou da cama para poder deitar. Abusada! E ela fica ainda mais linda quando escuta a família reunida em algum canto da casa e quer participar da conversa a todo custo. Afinal, filha e irmã caçula é assim, enxerida (eu que o diga!).

A verdade, meus caros, é que só quem tem ou já teve cachorro conseguirá entender minhas palavras, muitas escritas com lágrimas só pensar em todo o amor que aprendi a ter pela Penha.

Te amo, cã!


PS: o post ficou muito grande, deu preguiça de revisar. perdoem os erros, caso haja algum. Obrigada! :)