Apesar de ter sido classificado pela crítica especializada como “comédia”, o filme me fez chorar (tá, tem alguns momentos que são engraçados, mas é aquele engraçado do tipo “rir pra não chorar”, sabe?), trouxe lembranças um tanto quanto amargas (além dessas das quais falei) e as boas também. Sem dúvida, é um daqueles filmes que a gente coloca no cantinho especial da prateleira cinéfila.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Mary & Max: uma lição sobre autismo e amizade
Apesar de ter sido classificado pela crítica especializada como “comédia”, o filme me fez chorar (tá, tem alguns momentos que são engraçados, mas é aquele engraçado do tipo “rir pra não chorar”, sabe?), trouxe lembranças um tanto quanto amargas (além dessas das quais falei) e as boas também. Sem dúvida, é um daqueles filmes que a gente coloca no cantinho especial da prateleira cinéfila.
sábado, 16 de junho de 2012
Dos abraços
Com silêncio. Com gritos. Com giros ou balanços. Rosto a rosto. Rosto no peito. Com peito aberto. Com carinho. Com desejo. Paixão. O início.
Com todos os braços. Ou só com dois. Sincronizados. Desajeitados. Sutis. Exagerados. Sozinhos. Duplos. Coletivos. Desconfortáveis. Fofinhos.
Abraços! De desdém, falsidade. Por educação, conveniência. Sem vontade, intimidade. Por pena. Ironia. Maldade.
Abraços! Dos sinceros. De amizade. De amor. De mãe e de pai. De alegria. Euforia. Surpresa. Parabéns.
De tristeza. De lamento. De saudade. De consolo. Refúgio. Esconderijo. Despedida. Reencontro. Paz.
Abraços! Com tapa nas costas. Com cafuné. Com aperto na cintura quebrando as costelas. Batendo as orelhas. Quebrando brincos. Puxando o cabelo. Amassando a roupa. Desfazendo o penteado. Cheirando a cabeça ou o cangote. Deitando no ombro.
Abraços! Em pessoas. Em árvores. Em travesseiros. Segurando roupas, bolsas, discos, livros. Presentes.
Abraços! De tudo. De todos. Pra sempre. E só. Nada mais!
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Pré-CLIC discute as novas possibilidades no audiovisual
Mais informações você confere aqui.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Vida de Jornalete (Paródia de Vida de Empreguete)
Quando chego da minha pauta, quero ir pro bar
Tá sempre cheia a Redação, eu faço texto e ligação
E o editor quer ver defeito até onde não há
Queria editor aqui no meu lugar
Eu ia rir de me acabar
Queria editor aqui no meu lugar
Com cinco pautas pra entregar
Queria editor aqui no meu lugar
Com pauta REC pra entregar
sábado, 21 de abril de 2012
“Eu sinto como se a gente nunca tivesse terminado”
Assim, Marisa Brito resumiu um dos momentos mais aguardados da música paraense: a volta, ainda que só por uma noite, da saudosa A Euterpia! O local não poderia ser mais adequado: o palco do Café com Arte, que já protagonizou shows inesquecíveis da banda em meados dos anos 2000. E o combo A Euterpia + Café com Arte tem um significado especial pra mim: foi por causa da banda, pra ouvir ao vivo as músicas que eu já curtia pela rádio, que comecei a frequentar o Café e a mudar, definitivamente (amém!), minha vida social - e musical. Parei de ir às "boatchys", aos pagodes, aos forrós e sertanejos (meldeos!). Eu vivia "drogada" e hoje estou curada. Aleluia, irmãos! Mas enfim, vamos voltar ao show.
O público... (gente, que público!). Não lembro de ter visto algo assim na vida. Lembrei logo do filme O Homem do Futuro em que a máquina do tempo transporta todo mundo para a mesma festa e tudo continua ali, do mesmo jeito. A diferença é que ontem, mesmo com tudo parecendo igual como era antes, todos já estavam cinco anos mais velhos, pelo menos. Mas a paixão por Euterpia continua a mesma. Não há dúvidas! Todos ainda sabiam cantar cada verso de cada música. Pularam, gritaram, se emocionaram. Já eu mal conseguia me mexer, por incrível que pareça. Influência do cansaço, claro – afinal, show do Felipe Cordeiro uma hora antes é pra destruir qualquer pé. Mas a verdade é que eu fiquei hipnotizada. Ver a Marisa com a mesma presença de palco (com certeza, uma das melhores que já vi) fez um filme enorme passar pela minha cabeça durante o show. Confesso que às vezes senti até vontade de chorar. Reviver e relembrar meus 17, 18 anos e tudo de mais lindo que aquele tempo me trouxe, foi uma experiência incrível. Acho que quando inventarem o teletransporte vai ser mais ou menos assim.
Deixando de lado Arrigo Barnabé e Veneza, que são clássicas e, óbvio, deixaram todos enlouquecidos no Café, o momento mais surreal pra mim foi a Marisa cantando Lusco Fusco. Aí foi nostalgia injetada na veia! Fechei os olhos e sumi dali. Sei lá em que mundo fui parar, só sei que foi assim: lindo!
O show foi curto, algumas músicas ficaram de fora porque a banda não estava completa e quase não tiveram tempo de ensaiar e blábláblá. Foi mesmo uma participação especial, como dizia no cartaz da festa. Mas acredito que todos tiveram a mesma sensação que a Marisa: a banda parecia nunca ter terminado. Parecia nunca ter parado de tocar o repertório consagrado. Os anos pareciam não ter passado. E a Marisa (aquela fofa!) estava tão à vontade quanto antes. Saudade tem dessas coisas.
Impossível não pensar nas clássicas perguntas “Por que acabou? Será que nunca mais volta?”, mas, como a própria Marisa disse, é bom saber que estão todos bem, felizes, seguindo outros caminhos e realizando outros sonhos. Só tenho a agradecer à Euterpia, à Marisa e ao Café por terem atendido ao meu pedido – que fiz por várias vezes, durante todos esses anos, bem baixinho, quase como uma prece. Muito obrigada, de verdade! Foi inesquecível! E, claro, voltarei a pedir por outros momentos como o de ontem. Vai que...
sexta-feira, 2 de março de 2012
A Vida da Gente – Mais Um Capítulo da Nova Teledramaturgia Brasileira
O que dizer sobre A Vida da Gente? Uma novela que mexeu tanto comigo, mas tanto, que nem sei por onde começar. Talvez seja melhor começar pelo óbvio, pelo começo. Então vamos lá!
Eu tive a imensa sorte de acompanhar a novela desde o início, desde os primeiros capítulos, tentando recompensar o fato de não ter conseguido assistir à Cordel Encantado – que antecedeu A Vida da Gente e recebeu rasgados elogios dos telespectadores, incluindo minha irmã e minha mãe. No início, o que mais me chamou atenção em A Vida da Gente foi o fato de que os personagens pareciam ser reais, tirados da própria realidade. A relação de amor, cumplicidade, companheirismo, carinho e respeito entre as personagens irmãs Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manu (Marjorie Estiano) parecia ter sido inspirada na minha relação com a minha irmã. Como assistíamos juntas, por diversas vezes nos emocionamos e choramos ao ver as lindas cenas entre a Ana e a Manu, porque lembrávamos da gente, da relação de irmãs que construímos desde a infância e que pouquíssimas vezes eu vi em outras famílias.
Mas não eram só as irmãs da trama que pareciam ter sido tiradas da realidade. Em uma conversa de bar, eu e minhas amigas chegamos à conclusão de que conhecemos na vida real pessoas que faziam o tipo dos personagens da novela. A Eva (Ana Beatriz Nogueira), por exemplo, é cruelmente real. Claro que na novela há um certo exagero nos personagens, porque enfim, é um telenovela. Mas muitas vezes me flagrei rindo ou até mesmo chorando ao ver cenas da Eva porque algumas, caramba, eram parecidas demais com cenas que eu já vi ao vivo e a cores, infelizmente! A verdade é que existem, sim, mães e pais como a Eva, quase ou no mesmo nível de loucura. A Vitória (Gisele Fróes), mãe da Sofia e da Bárbara na novela, também é outra que não é surreal, impossível. E o que dizer da Cris (Regiane Alves), mãe do Tiago? Do tipo dela nós encontramos muito por aí, geralmente em baladas de domingo a domingo e geralmente bem mais novas do que deveriam ser.
A Vida da Gente foi uma novela centrada nas mulheres, em que as elas eram o centro dos acontecimentos, as protagonistas das mais variadas histórias familiares exploradas na novela. E foi uma trama essencialmente familiar, justificando assim o título – e também a abertura. Com núcleos pequenos e interligados, A Vida da Gente mostrou exemplos muito concretos das novas famílias contemporâneas, com a figura do padrasto/enteado, da avó que atua como mãe, dos pais adotivos, dos irmãos de criação, dos pais solteiros... E provavelmente por isso, também, tenha feito tanto sucesso. Porque era impossível não ter o mínimo de identificação com algum personagem, mesmo que a identificação fosse do outro e não de si mesmo. Nem as novelas escritas por Manoel Carlos – famoso por fazer tramas centradas na realidade – conseguiu ser tão pé no chão quanto essa, explorando situações cotidianas de forma real, sem superestima, sem enrolação, sem excessos de personagens e sem a insuportável figura da Helena.
Fora que boa parte dos atores escolhidos para os personagens trabalhou tão bem, tão bem, que chegou a me surpreender. A Marjorie Estiano, por exemplo, conseguiu dar vida própria à Manu. Era quase impossível não chorar quando a Manu chorava e não rir quando a Manu ria. Marjorie e Fernanda (que melhorou bastante como atriz, por incrível que pareça) protagonizaram algumas das cenas mais fortes, emocionantes, tocantes e inesquecíveis da teledramaturgia. A cena do acidente, do choque emocional, da briga – que rendeu mais de 8 minutos de cena que, de tão emocionantes, a gente nem sentiu o tempo passar -, da reconciliação... cenas incríveis que dificilmente serão esquecidas por quem as assistiu. Outro destaque de atuação vai para a pequena Júlia (Jesuela Moro) que, no mínimo, é uma menina muito obediente, porque ela fez direitinho tudo o que era pra fazer. Foi encantadora e sapeca quando tinha que ser, chata e mimada quando precisou, alegre e sorridente também, e até no momento de ficar doente ela conseguiu impressionar. Ela fez tudo parecer natural, real e fez todo mundo querer ter uma filha que nem ela. E a Eva... essa merecia prêmio de melhor atriz coadjuvante, porque olha... arrasou!
Há algum tempo, a Globo tem usado o horário das 18h para a renovação: desde a escolha de novos dramaturgos, passando pelo teste de novas câmeras e novos ângulos, até chegar ao figurino. Deu certo com Cordel Encantado e deu certo com A Vida da Gente. Em uma discussão em sala de aula, na disciplina de Introdução ao Telejornalismo, cheguei a comentar sobre essas mudanças e a professora afirmou que, possivelmente, isso é reflexo da chegada da TV Digital à vida de mais e mais brasileiros. E o horário das 18h está servindo de incubadora para novos projetos em teledramaturgia. É bem possível que os novos dramaturgos utilizados para esse horário sejam, em breve, os novos dramaturgos do horário das 21h. Não é de hoje que este horário tem andado deficiente, com falhas graves nos textos e nas execuções, tramas fracas e apelativas demais, a exemplo da atual novela das 9, Fina Estampa, escrita por Aguinaldo Silva. O próprio Manoel Carlos talvez esteja precisando se aposentar, porque tem errado demais ultimamente. As novelas da 9 continuam tendo boa audiência porque são novelas das 9 e só. E mesmo assim já existe um diagnóstico de crise no horário há algum tempo.
Como disse o Tiago Paolelli, em um comentário no Twitter, A Vida da Gente tinha um texto muito bom e uma fotografia incrível, pouco vista em outros horários de outras novelas. Não vai demorar muito para que Lícia Manzo, autora de A Vida da Gente, seja usada em horário nobre. Inclusive, eu acho, sinceramente, que a novela deveria ser reprisada no horário das 21h para que mais e mais pessoas tivessem a oportunidade de ver uma boa telenovela, um exemplo de como as outras devem ser a partir de agora. E não é à toa, não é por simples fanatismo por telenovelas bem trabalhadas, que eu quero – e provavelmente vou – utilizar A Vida da Gente como estudo de caso para o meu TCC. Boa sorte pra mim e boa sorte para Amor, Eterno Amor, que já começa na próxima segunda com uma responsabilidade enorme pela frente: a de manter o padrão altíssimo das duas últimas telenovelas das 6!
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
O "Jornalismo" em Santarém
Como muitos já sabem, estou participando de uma pesquisa de Iniciação Científica com foco nas regiões do Baixo Amazonas e Carajás e, basicamente, é necessário que eu conheça um pouco mais sobre os produtos midiáticos dessas regiões, incluindo, por exemplo, os jornais impressos. O meu colega de pesquisa, Adrielson Acácio, foi a Santarém no ano passado e gentilmente trouxe três dos principais jornais que circulam pela região do Baixo Amazonas. Um deles é o jornal O Impacto que traz na capa a seguinte descrição: “Polêmico, Atualizado, Audacioso, Corajoso e Verdadeiro”. O jornal custa R$ 2,00 (sim, dois reais!), possui 32 páginas e circula em Belém, Santarém, Alenquer, Aveiro, Juruti, Itaituba, Novo Progresso, Oriximiná, Óbidos, Rurópolis, Belterra Altamira, Placas, Curuá, Uruará, Porto de Moz, Terra Santa e Monte Alegre.
Depois de ler algumas matérias, fiquei muito impactada (já que o jornal se chama O Impacto, né, faz sentido) de ver o quanto os textos são mal escritos, mal editados e de uma chapa branca que eles nem se esforçam em disfarçar. Até então, eu achava que boa parte das matérias desses jornais eram escritas e editadas por jornalistas – formados ou não. Mas depois que eu li o que eu li, retiro as minhas antigas suposições. Se um dia eu for professora do curso de Jornalismo, vou usar essas matérias como exemplo de “como NÃO fazer”.
Engraçado como apenas cinco parágrafos foram capazes de me fazer relembrar de todos os conceitos e técnicas de Jornalismo que eu aprendi em três anos de faculdade (até agora) e que definitivamente não foram aplicados nesta matéria transcrita abaixo:
Aveiro
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ADMNISTRAÇÃO VISITA VILA DE FORDLÂNDIA
O prefeito Ranilson do Prado desde o início do seu governo tem dado atenção especial a vários setores da administração pública que estavam no esquecimento pelos governos passados, como saúde, educação e infraestrutura. Tanto é, que vários logradouros públicos já foram recuperados, bem como outros foram construídos, como é o caso da Praça da Vila de Fordlândia que está sendo construída com uma arquitetura moderna, feita pela artista plástico Apolinário.
Na última segunda Feira (10), pela parte da manhã, o Secretário de Administração do município de Aveiro, André Paxiuba, esteve pessoalmente a Vila de Fordlândia, acompanhando de perto os trabalhos da Praça daquela Vila que está sendo construída pela Prefeitura.
A obra está sendo feita com recursos da própria prefeitura de Aveiro. O secretário André Paxiuba conversou com o responsável pela obra, o artista plástico Apolinário, que na ocasião, informou que a expectativa é de que a praça seja inaugurada no dia 25 deste mês, quando acontece a tradicional festa do Balão Vermelho em Fordlândia.
A respeito da recuperação do antigo galpão construído pelos Americanos, que fica localizado no trapiche da cidade, André Paxiuba disse que a Prefeitura já comprou 2.482 pedaços de vidros, que serão colocados nas janelas do Galpão. Ele acrescentou que por serem vidros bem temperados e especiais, o trabalho está sendo mais demorado, porém, vai ser executado pelo poder público municipal.
Conversamos com o artista Apolinário, que falou de sua alegria em trabalhar com o atual Secretário, que em sua opinião é uma pessoa educada e atenciosa. André Paxiuba é tido até por parte da oposição como uma pessoa humilde e de bom coração, sendo que como Secretário, está desempenhando um papel fundamental no governo de Ranilson Prado.
P.S: A matéria foi transcrita exatamente da forma como foi publicada no jornal, com todos os erros, discordâncias e puxa-saquismos. A impressão que dá é a de que a função de Editor é inexistente (e a de repórter também, diga-se).